O surgimento do olho

O Nilo cortando o deserto, foi a primeira linha reta na cultura ocidental. O Egito descobriu a linearidade, uma fálica trilha da mente penetrando os eredamentos da natureza. A linearidade egípcia cortou o nó da natureza; era o olho lançado a uma grande distância à frente. A forma de arte masculina da construção começa no Egito. O Egito descobre a arquitetura quadrangular, uma rígida grade (Apolo) estendida sobre os ovais derretidos da mãe natureza. A arte egípcia é glíptica: esculpida ou gravada. Baseia-se na linha incisa ( o elemento apolíneo na cultura ocidental). A pedra é a natureza obstinada, irregenerada. A linha incisa é o traço riscado entre a natureza e a cultura. È personalidade ocidental: dura, impermeável, obstinada. Na arte egípcia, não há cálidos espaços uterinos. O corpo é uma vara de imobilizada vontade apolínea, com a função de varrer as trevas interiores da mulher. Cada ângulo é seco, limpo e ensolarado. Não há os seios maternos, volumosos e caídos, da Vênus de Willendorf (não há Dionísio, não há a natureza disforme, esparramada, mas , sim,o seu controle, a sua recriação, a sua reconstrução sob a perspectiva do masculino) O Egito é o primeiro a glamourizar os seios pequenos. O Egito apolíneo fez a primeira passagem de valor da femealidade para a feminilidade, uma avançada forma de arte erótica.(Maria Tereza Campos)

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