Dromedários em minha sala

O primeiro ruminante que ganhei, chegou numa caixa finamente embrulhada. Coloquei-o junto à manada de elefantes que habitam um oásis em minha sala. Sua adaptação ocorreu lenta. Diariamente eu o percebia com olhar vagando pelos tapetes, pensando em suas areias natais. Em vão eu lhe tocava minha cítara. Em vão dançava ao seu redor, as velas acesas lembrando fogueiras no deserto. Sua tristeza não diminuía… Eis que, de repente, dois outros dromedários chegaram, provenientes da mesma manada…e o encontro foi fascinante. Hoje, encontrei os três pastando sob a sombra dos bonsais, rememorando, quem sabe, a das seculares palmeiras do Saara.

(Ludmila Saharovsky)

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