Sinfonia de inverno


Começa o tempo em que tudo hiberna.
Somente as deusas ancestrais encontram-se atentas em seu mister
de bordar a noite de estrelas e coalhar as águas do mar com rendas de espumas.
Suas vozes ecoam nos campos e nas florestas em cantigas de ninar.
Dormem os pássaros e as flores.
Olho para a falésia que contém a eternidade: uma ternura fecunda perpassa-me a alma e me remete ao fogo e à lava. Eles que moldaram as montanhas antes que as florestas as vestissem de veludo e vozes.
Eternidade…esse conceito acaricia meus sonhos, na medida em que me reconheço um breve sopro no coração do tempo.
Minha memória passeia por abismos onde o eco do vento reina soberano, capturando o grito das águias e dos coiotes que compõem a sinfonia do inverno que se aproxima, grave.
E a lua surge, soberana, no céu que nos envolve.
(Ludmila)

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    3 pensamentos sobre “Sinfonia de inverno

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