A Princesa Rã (segunda parte)

Enquanto Vassilissa dançava….

Ivan Tsarevich correu para sua casa, para entender o que havia acontecido. Onde estaria sua rã? Chegando, procurou por toda parte, sem encontrá-la: no jardim, ao lado da lagoa que construiu especialmente para ela, na fonte, nos canteiros de roseiras, no gramado… Nada! Ao entrar no quarto, compreendeu! Aos pés da cama, estendida sobre o tapete, estava apenas a pele de rã. Ah! Então aquela linda moça era, de fato, sua esposa! Rapidamente ele pegou aquela pele e a atirou na lareira acesa, para que queimasse e nunca, nunca mais sua mulher pudesse voltar a ser aquela estranha rã com a qual casara.
Voltando para casa, Vassilissa correu para vestir novamente sua pele, e não a encontrando, perguntou, desesperada: “Ivan Tsarevich! Ivan Tsarevich! Onde você escondeu a minha pele? Por favor, me devolva logo! Preciso vesti-la já!”
“Ah, minha linda esposa…nunca mais poderá vesti-la! Eu a queimei!”
“Queimou? Como queimou? Com que direito!” Ah! Ivan Tsarevich…sabe o que você fez?” Faltavam apenas mais três dias para que o feitiço que Koshei Besmertniy me lançou terminasse…Agora, eu serei dele para sempre!”
“Como? Eu não permitirei que ele tire você de mim! Você é minha esposa, a nora predileta do Tzar…ele que ouse….”
Antes que Ivan Tsarevich terminasse a frase, uma ventania em forma de redemoinho abriu as janelas do quarto, suspendeu Vassilissa no ar e sumiu com ela num piscar de olhos, em meio a uivos e gargalhadas sinistras! Hahahahahahaaaaaaiiiiiiiiiiiii!

Pobre Ivan Tsarevich! Na mesma noite em que descobriu que se casara com a moça mais linda do reino, interferiu no feitiço e a perdeu para sempre!
Mas, Ivan Tsarevich era obstinado e destemido. Selou seu cavalo mais veloz e partiu em busca de sua princesa. Custasse o que custasse iria encontrá-la e salvá-la!
E assim, tomou a direção em que atirou sua flecha pela primeira vez e pôs-se a cavalgar. Por mais que indagasse, ninguém sabia responder onde morava Koschei, o Imortal! À simples menção de seu nome, faziam o sinal da cruz e se afastavam, até que cruzou com um ancião que lhe disse: “É você quem está procurando por Koshey Besmertniy?
“Sim , vovozinho!” “ Preciso encontrar minha esposa que ele enfeitiçou e depois raptou!”
“Então eu vou ajudá-lo: vou dar-lhe um cogumelo encantado”. “Coloque-o no chão e siga na direção em que ele o guiar.” “Não o perca de vista!” “Ele o levará à casa de Baba Yagá.” “Ela odeia Koshey, de morte, e é a única pessoa que poderá dizer-lhe onde e como encontrá-lo!”
Ivan Tsarevich agradeceu muito ao velhinho e, ao colocar o cogumelo no chão, esse partiu em disparada, e Ivan atrás! Galopou e galopou em seu alazão, até que entrou na grande floresta! De repente, o cogumelo parou de correr e o cavalo de Ivan empinou, assustado. Uma enorme mamãe ursa estava no meio do caminho acompanhando seu ursinho. Ivan Tsarevich pegou seu arco, armou-o com a maior flecha que tinha e, quando mirou na ursa para atirar, ela lhe falou, com sua grossa voz de animal, o olhar pedindo clemência:
“Eu lhe imploro, nobre cavaleiro…não me mate!” “O que será de meu filhote, sozinho e indefeso nessa floresta?” “Se me deixar viver, garanto que eu lhe serei útil, quando precisar!”
Ivan Tsarevich, que tinha um bom coração, condoeu-se da ursa com seu ursinho e deixou que eles prosseguissem seu caminho.
O cogumelo mágico pôs-se em disparada outra vez, e Ivan Tsarevich atrás dele. Cruzaram então, pelo caminho, com uma loba e seus lobinhos, e a história se repetiu: “Não me mate, nobre senhor, e eu lhe serei muito útil, prometo!” E Ivan seguiu adiante.
Cruzou com uma águia enorme, que voava com sua aguiazinha, e também não conseguiu matá-la, porque ela lhe prometera, como os outros animais, que seria muito útil se lhe poupasse a vida. E até seu filhotinho, agradecido, prometeu que iria ajudá-lo, quando precisasse!
Já estava entardecendo quando nossos viajantes resolveram dar uma rápida parada na beira de um lago, para descansar e matar a sede. Quando Ivan Tsarevich inclinou-se para beber, viu um peixe enorme vindo em sua direção, que lhe implorou: “Nobre príncipe, meu filho caiu na rede que os pescadores estenderam, e eu não consigo desembaraçá-lo!” “Se você me fizer o favor de salvá-lo, eu lhe prometo que serei útil, quando de mim precisar!”
Ivan Tsarevich foi até a rede, onde debatia-se um lindo peixinho dourado, tirou-o das malhas e o devolveu ao lago. Despediu-se do peixe grande e seguiu viagem.

Ao anoitecer, finalmente, enxergaram a indescritível casa de Baba Yagá. Ela brilhava no escuro com sua cerca de ossos humanos, encimada por caveiras de olhos flamejantes.
A casa rodopiava sobre seus pés de galinha enormes, virando de um lado para outro, parando ora num pé, ora noutro, sacolejando, subindo e descendo o tempo todo.
“Pare de dançar, isbá, e deixe-me entrar!” ordenou Ivan Tsarevich, e a casa, como por encanto, virou-se para ele com a porta aberta, de onde Baba Yagá já espiava.
“Quem é você, e como se atreve a dar ordens para a minha cabana?”
“Mas que velhinha mais mal educada! Eu sou Ivan Tsarevich, filho do Tzar, e estou viajando há dias para encontrá-la!” “Deixe-me entrar, prepare-me a tina com água quente para o banho, ofereça-me uma refeição, permita que eu durma e então, descansado, eu lhe direi o que me traz de tão longe aos seus domínios!”
E assim aconteceu.
Pela manhã…

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    3 pensamentos sobre “A Princesa Rã (segunda parte)

    1. Adorei essa história do conto de fadas russo, náo tinha recebido a primeira parte, ai quando me mandou a segunda, pensei, ela já escreveu a primeira parte, tenho que procurar e achei! Amei!!!!!!!!!!!!!!!!!! Apesar de minha idade ainda sou uma crianca. Obrigada amiga e parabéns novamente! Um beijáo!

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