Sexta feira da Paixão

SONETO DA SEXTA FEIRA DA PAIXÃO

Morto. Como também já morre o dia
mas continua a ser noutros lugares?
Ou morto diariamente nos altares
por ser diversa a morte que morria?

O corpo morto: azul melancolia
do mesmo azul perdido pelos ares,
vivo azul sobre os campos, sobre os mares,
sobre a clara manhã ou a hora tardia.

Um corpo morto. Um corpo morto de homem
igual a esses cadáveres da guerra
que as batalhas atraem e consomem?

Ou um que junta o mundo à sua sorte,
contempla a sombra em torno e desce à Terra
e morre em solidão e vence a morte?

(Poesia de Carlos Pena Filho de seu Livro Geral)

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    3 pensamentos sobre “Sexta feira da Paixão

    1. Oi Marília! Feliz Páscoa!
      Eu adoro esse poeta pernambucano, o Carlos Pena Filho. Ele diz com tanto ritmo, beleza e simplicidade as coisa que nos falam ao coração, não é mesmo…Bjs e obrigada pela visita!

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