Dia do Poeta


Dia 20 de outubro foi escolhido para homenagear o poeta, que,segundo Fernando Pessoa, “é um fingidor. Finge tão completamente. Que chega a fingir que é dor. A dor que deveras sente.”
Na verdade, poetas são todos aqueles que conseguem ter a alma tocada pela Musa e então passam a dar novo significado às palavras, com o intuito de formular uma linguagem metafórica que possa transmitir esse sentimento para outras pessoas. Aliás, eu recomendo para vocês, que gostam de poesia, o extraordinário livro A Deusa Branca. Em seu prefácio, Robert Graves, o autor, escreve: “Minha tese consiste em afirmar que a linguagem do mito poético difundido na Antiguidade, pelo Mediterrâneo e pelo Norte da Europa, era uma linguagem mágica vinculada a cerimônias religiosas populares em honra á deusa-lua ou Musa, algumas das quais dotavam da idade da Pedra, a qual permanece como linguagem da verdadeira poesia”. Ao defender suas idéias, Graves empreendeu esta obra singular que constitui uma gramática histórica do mito poético. O escritor argentino Jorge Luis Borges sempre consultava A Deusa Branca, que foi publicado pela primeira vez em 1948. Trata-se de um escrito fundamental para a teoria da literatura, mas igualmente importante para a história das religiões, bem como para toda pessoa que quiser reconsiderar suas certezas mitológicas ocidentais, cristãs ou não, à luz de uma reflexão erudita e independente. Com efeito, é também indispensável para aqueles que se interessam pelo renascimento da religião da Deusa, por Wicca, por esoterismo e por simbolismo.
O autor age como um arqueólogo de crenças e restaura os rudimentos perdidos e os princípios ativos da magia que governa os poetas. Sua argumentação parte de um acurado exame de dois poemas galenses do século XIII, nos quais ele encontra as chaves, genialmente ocultas, desse antigo mistério. Robert Graves traz à baila diversos tópicos: as raízes da chamada Tradição Hiperboreal, o cerne da cultura celta; a história evolutiva do alfabeto fonético ocidental; o percurso das principais rotas migratórias durante a Idade do Bronze, na bacia mediterrânea e no continente europeu ocidental; o arcaico culto da Deusa, das origens paleolíticas até o mundo mariano do cristianismo, passando pela mitologia grega e pela bruxaria medieval; o segredo do número da Besta, o 666; a revelação do secretíssimo Nome do Deus de Israel; além de muitas outras jóias preciosas.
Sua leitura estimula uma reintegração de diversas tradições mitológicas. As teologias monoteístas, que exprimem as crenças judaicas, cristãs e muçulmanas, sempre difundiram uma pretensa ruptura radical entre elas e o mundo pagão. Robert Graves reencontra os liames que unem as tradições mitológicas com a elaboração semita das escrituras bíblicas.(sinopse retirada do http://www.planetanews.com)

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