Comer, rezar, amar

Ontem fui assistir Julia Roberts encarnada no papel de Elizabeth Gilbert, comendo, rezando e amando e quero contar-lhes que gostei. Gostei mais do filme do que do livro!(fato raro… mas empaquei na leitura na parte em que ela vai à Índia, rezar, e não consegui prosseguir. Estou retomando a leitura agora!)Mas, gostei mais do filme talvez por ser mais dinâmico, mais sucinto, mais enxuto…ou talvez porque gosto muito da Julia Roberts e, mais ainda, de Javier Barden! (Mar Adentro, Carne Trêmula, O amor nos tempos do cólera, Antes que anoiteça, Onde os fracos não tem vez) Sua interpretação de Ramón Sampedro, um ex-marinheiro para quem o sentido da vida se perdeu há 26 anos, num acidente que o deixou tetraplégico e que, agora, luta na justiça para legalizar a eutanásia, é uma das interpretações mais delicadas e brilhantes que eu vi nos últimos anos. Seu passado livre e vívido, vai e volta, invadindo sua memória e ficando para trás, em preto e branco, nas fotografias. Não tem como não se apaixonar pelo homem lúcido e sedutor que sonha com a morte!
Mas…voltemos ao Comer, rezar e amar. Não vou fazer um resumo da obra, que mais de 4 milhões de pessoas já leram, porque, vocês, certamente já a conhecem. E, se não conhecem ainda, saberão vendo o filme e viajando com a protagonista pelas belíssimas locações na Itália, Índia e Indonésia.
Creio que é óbvio o porquê de tantas mulheres se identificarem com a autora! Qual de nós não gostaria de poder se dar ao luxo de tirar um tempo, (um ano) para se recuperar de dois relacionamentos tumultuados e um complicado divórcio, viajando por esses países magníficos e exóticos e recebendo, antecipadamente, os rendimentos dos direitos autorais, para escrever o diário dessa aventura? Bom, tempo e coragem!
Pois Elizabeth Gilbert deixa tudo e todos para trás, e vai, falando um italiano de dicionário, desbravar mares nunca dantes, por ela, navegados. Ela se dá tão bem, permitindo-se ser feliz em lugares novos, com pessoas desconhecidas, mudando completamente de vida, ambiente e rotinas, que acaba encontrando um brasileiro (Javier Barden, falando um português péssimo…mas, quem é que se importa com o sotaque dele?) com o coração também partido, em Bali…se apaixonando loucamente, casando e escrevendo outro sucesso: “Comprometida”.
Ah! Se pudéssemos, todos nós, ter essa coragem de abandonar o que não nos faz bem, abrindo espaços para o novo, o novo, certamente, viria ao nosso encontro! Falar é fácil, agora, honrar a divindade que habita em nós e permitir que ela nos liberte…precisa de muito mais do que ficar recitando em 108 contas o “Om mana shivaya!” (Ludmila)

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    3 pensamentos sobre “Comer, rezar, amar

    1. Olá Drica!
      Não sei…talvez quando comecei a ler esse livro, ainda estivesse sob a impressão da fantástica triologia Millennium, de Stieg Larsson (Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo e A rainha do castelo de Ar..você os conhece?) Sabe quando você se envolve de tal forma na leitura que passa a ser amiga íntima dos protagonistas? comigo aconteceu exatamente isso. Passei a viver junto com Lizbeth Salander seus dramas de tal maneira que custei a voltar para minha própria realidade…Então ganhei de presente de uma amiga muito querida o Comer, Rezar, Amar e não consegui me inserir no contexto. Agora, passado quase um ano, lá vou eu…e estou amando a leitura! Beijos!

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