No útero de Deus



Canto V
Vem Eterna
E me toma vorazmente
Antes que a vontade de viver
Implante-se em meu sangue
E sem conter-me
Eu grite a mágica palavra do querer
Ser rocha
Ser planície
Ser humana
E ardilosa (como sempre)
A vida se aproxime
E me encante

Canto VIII
Da vida
Os punhais sedentos
Retalham-me a carne
Entorpecida.
Nada explica
O prazer e a demência
Com que prossigo
Afiando as lâminas

Canto XXV
A vida transborda-me
Águas turbulentas
Abrem frestas, cicatrizes,
Incontrolável enxurrada
Expõe meu âmago
E eu o observo passiva
Como se não fosse.
(Ludmila Saharovsky)

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    2 pensamentos sobre “No útero de Deus

    1. É bem difícil escrever sobre a Morte, mas, ao mesmo tempo, é um desafio instigante e um exercício que me faz lembrar sempre de que fomos dotados de uma alma imortal. O que conforta muito! Abraços!

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