Duas historinhas de inverno

Ele sabia que tudo era uma questão de tempo.
Afinal, casara-se conhecedor da situação, e as asas até que não atrapalhavam tanto!
O problema maior surgia com a vinda do inverno, quando sua mulher migrava para para países distantes, em busca do calor do sol, e só retornava no final da primavera! (Ludmila Saharovsky)

Pastavam meus dromedários, tranqüilamente, debaixo da sombra das palmeiras projetada no gramado, mas, dois apenas! Onde andaria o terceiro? Procurei-o em todos os esconderijos do jardim. Busquei-o empoleirado nas árvores, imitando os beija-flores; no aquário, refrescando-se da longa jornada que empreendera pelos desertos das vitrines, até que chegasse a mim; em meio à manada de elefantes. Nada!
Quando já o dava por perdido, finalmente, divisei seu rosto me sorrindo manso de dentro do casaco de peles que habita um armário muito aberto nesses dias de inverno…Ah! Eu me esquecera de sua memória ancestral que exigia pastos quentes e seguros em meio aos de sua espécie! Instalado em seu novo habitat, meu camelo ruminava feliz, não se importando nem um pouco com os estragos provocados nas camisas de seda sobre as quais repousava…(Ludmila Saharovsky)

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    Um pensamento sobre “Duas historinhas de inverno

    1. Que imaginação fértil! Curto demais essas suas historinhas fantásticas! Pena que você não publica elas todos os dias…Camelos no armário…Inspirador! Vou mandar-lhe minhas ovelhas…

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