Mulheres em Roda


(Meninas brincando de roda, Teruz)

Pertenço, desde 2005, a um grupo de estudos que tem por base a obra “O milionésimo Círculo”, da escritora e psicanalista norte americana Jean Shinoda Bollen. Ele tem por objetivo inspirar mulheres, em várias partes do mundo, no resgate das qualidades do ânima ( segundo Jung, o Arquétipo do feminino em nosso inconsciente) e, a partir de um movimento multiplicador, ajudar na construção de um mundo mais justo, amoroso e fraterno.

” Num círculo as mulheres sempre se reuniram para orar, abrir-se umas às outras em seu sagrado, estudar, fortalecer-se, participar de rituais e cerimônias que estimulavam a imaginação e eram meios para o crescimento da criatividade e da espiritualidade, alem de se tornarem uma ferramenta poderosa para o processo de auto-conhecimento e desenvolvimento de consciência pessoal e grupal.” escreve Bollen.

O desejo de resgatar em nós, através do aconchego do encontro, da prática da amizade, do estudo e da partilha de conhecimento e experiências, as qualidades do Sagrado Feminino, restabelecendo o equilíbrio e a paz interior no seio da mulher contemporânea, fez com que nos reuníssemos e assumíssemos este compromisso em conjunto. E essa é uma experiência da qual, nenhuma de nós, abre mão.

Cada Novo Grupo de Mulheres que se forma, escolhe a maneira e as ferramentas pelas quais este resgate será feito. A forma circular das reuniões é muito apropriada pois todas se enxergam, todas ficam num mesmo plano, e democraticamente tomam as decisões em conjunto. Não há líderes nem lideradas. Todas são iguais e igualmente responsáveis.

Nosso Círculo se reúne para o estudo e vivência dos arquétipos representados por deusas de diversas origens e tradições.

A obra “O Milionésimo Círculo” foi inspirada nos resultados do estudo dos Campos Morfogenéticos, de Rupert Sheldrake, publicada em seu livro ” A New Science of Life”. Ela culminou com a experiência realizada na década de 50, na ilha de Koshima, no Japão, denominada de “Teoria do Centésimo Macaco” que, em síntese é o seguinte:
Em 52, estudiosos de símios japoneses começaram a dar batatas a grupos de macacos para atraí-los para fora das matas para estudá-los melhor. Algum tempo depois, uma fêmea chamada Imo, descobriu que poderia lavar o alimento antes de comê-lo e começou a limpá-los na água do mar. Aos poucos a prática disseminou-se entre outros macacos até que, seis anos depois todos os primatas da ilha haviam adquirido o hábito. Foi então que um fenômeno estranho aconteceu. Quando a prática atingiu um número crítico de indivíduos, o costume se propagou também entre os macacos de outras ilhas e mesmo do continente. Aqueles, que nunca tiveram contato com os primeiros, começaram a prática pelo fenômeno da ressonância mórfica, que prega: “Quando o conhecimento adquirido por um grupo de indivíduos, esteja ele onde estiver, passar a fazer parte da memória coletiva daquela espécie, todos começam a seguir a mesma conduta”.

Assim, o resultante dos encontros de variados círculos de estudos que planejam uma conscientização plena das melhores qualidades humanas, que se propõem em se sintonizar com as energias éticas e fraternas que devem reger o mundo, será registrado no campo mórfico de nosso processo civilizatório acarretando uma mudança de atitude em nossa espécie. Mesmo que haja argumentos contrários a essa teoria, acredito piamente que esses encontros produzem pessoas mais conscientes, fraternas, amorosas e equilibradas… o que já valida essa proposta e tem sido a resultante de trabalhos similares já levados a cabo no mundo inteiro.

Eu, sem o meu Círculo de irmãs, certamente, seria uma pessoa muito pobre. Meu grupo me alimenta, me acolhe, me fortalece em amor e amizade, me torna uma pessoa melhor. Amo vocês, meninas! Nossa reunião dessa quinta feira, sob a lua cheia de maio, foi inspiradora… É muito, muito bom ter vocês sempre por perto! (Ludmila)

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